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Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

corda01

Cova-Gala, um povoado e um só povo... uma vila! (cont. 01)

Ia fresca aquela manhã de sábado, três de Setembro de 1791.
Na marinha de sal, o Manuel, marnoto, lavoeiro de nascimento, ao passar as costas da mão pela testa limpa o suor e levanta os olhos para aquele grupo, caminhando apressado por cima da mota que ladeia o braço sul do rio mondego e o separa das terras de cultivo e sementeira a poente. Ainda mais a poente, vislumbram-se os enormes medões de areia que ameaçam invadir os campos e as marinhas.
Retirando a boina ergue o dorso, com as costas da mão esquerda insiste em limpar o suor que perla na sua fronte e, apoiado na grade, questiona-se da razão daquela caminhada matinal e nada habitual por aquelas bandas.

Quem será aquela gente?

Pareciam-lhe, pelo aspecto diferente dos trajes e pelo cantar estranho do seu falar, serem pescadores que viviam mais a norte e junto ao mar.
Dizia-se que tinham vindo de Ílhavo e formado uma pequena aldeia, nas dunas, perto da foz do rio.
Eram gente estranha, muito fechada, viviam isolados e não procuravam grandes contactos com as gentes vizinhas.
Mas, onde iriam? E levam uma criança de colo bem pequena!
- Nada que me interesse! O melhor é continuar a gradar esta marinha, pois daqui a pouco é hora de comer.
O Manuel, marnoto, não sabia, nem podia saber.
Pudera, era a primeira vez que Inácio Francisco Ruivinho e a sua mulher Maria Rosária percorriam, primeiro, as dunas  que separavam o mar da Cova d'Oiro das terras junto ao rio e, depois, aquelas motas que o ladeavam.
Iam a caminho da Igreja da nossa Senhora da Conceição de Lavos e o baptismo de seu filho José, nascido havia quatro dias, era o seu desejo e o motivo daquela caminhada.
Uma hora depois, já na Igreja da nossa Senhora da Conceição de Lavos, o Padre Cura, José Jorge Carro, baptizou o menino. Ao fazer o assento do baptismo no livro de registo, perguntou:

- Onde nasceu o menino?

- Na Cova, senhor prior, disse a Maria Rosária.

- Como, na Cova?

- Na Cova, senhor prior, tornou a Maria Rosária.

- Na Cova? - Não conheço, essa terra não existe!

-  Mas então vocês não são todos de Ilhavo?

- Somos sim, senhor prior, disse o Inácio Ruivinho, já algo embaraçado.

- Então está bem, disse o padre cura José Jorge Carro e, pegando na caneta molhou o aparo no tinteiro, escreveu:

Lugar de nascimento do neófito: Ilhavo!

Este foi o primeiro registo escrito que evidencia a vontade expressa pelos pescadores oriundos de Ilhavo de anunciar a existência do seu povoado -  Cova.

Anos mais tarde, a 15 de Julho de 1793, o padre cura, Pedro Tomé da Costa regista o baptismo de Luís, filho de Manuel Pereira e Maria dos Santos como nascido na Cova e, assim, oficializa a existência do povoado.

Cova

...(extraido e adaptado de "Terras do Mar Sagado" do Capitão João Mano)

Caravela Sagres St MManuela e Creoula

João Pita

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