Em degredo ... na Galiza.
Na penúltima sessão do areópago cá da aldeia adoptei uma posição crítica e contrária ao pensamento reinante do governo da "vila".
Semeei ventos e colhi tempestades, mas das boas, das que valem a pena!
O vocifero foi grande, aturdido e descontrolado.
Eis que na amálgama sonora o imperativo troa:
- Vá para a Galiza!
- Vá lá para a Galiza, não chateie!
Acabava de ser degredado, ou será deportado?
Também não interessa.
Se calhar era boa ideia e como tenho possibilidade de habitação, mesmo lá perto, junto ao rio Minho, pus-me a caminho.
Fui à Galiza e constatei o que já sabia.
A Galiza é terra de homens bravos e valentes que preferiram, sempre, defender o solo pátrio, la tierra madre.
Ela podia, pode, ser pobre, agreste e inóspita , mas sempre melhor que algum registo de lotes de terreno propositadamente autorizado.
Nem o Franquismo os vergou.
Ouçam o cântigo antigo…
''Tí sólo, Galicia santa!
Ti, que no antigo señora,
escrava ximes agora
dos caciques baixo a pranta!
Véndote entre pena tanta,
teus bravos fillos, ¿que fan?...
¿En que pensan? ¿Onde están,
que non collen os fouciños
e botándose aos camiños...''