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Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

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Capitão João Pereira Mano

 

Tudo, mesmo tudo, o que aqui escrevo sobre a Cova e a Gala e os covagalenses o devo ao Capitão João Pereira Mano.

Foi aos seus livros que fui buscar as informações sobre as origens da Cova e da Gala e o conceito da Cova D'oiro.

Se, hoje, sabemos de onde provimos ao Capitão João Pereira Mano o devemos.

 

Obrigado Capitão!

 

" João Pereia Mano nasceu na Gala, Figueira da Foz, a 2 de Setembro de 1914.

Filho, neto e bisneto de pescadores e orfão de pais aos 12 anos, tirou o curso elementar da Escola Naútica com dificuldades pecuniárias, tendo obtido, decerto forçado por essas circunstâncias, a melhor classificação do curso. ...

... Depois da sua reforma, aos 61 anos, dedicou-se à investigação (principalmente nos arquivos de Lisboa, Coimbra e Aveiro) da história das povoações do litoral figueirensee especialmente das origens dos pescadores da Cova e da Gala. ..."

 

Bibliografia do Capitão João Pereira Mano:

 

1. Terras do mar salgado: São Julião da Figueira da Foz, São Pedro da Cova-Gala, Buarcos, Costa de Lavos e Leirosa. Centro de Estudos do Mar e das Navegações; Figueira da Foz.

2. As freguesias de S. Pedro, Lavos, S. Julião e Buarcos em artigos de buscador [texto fotocopiado / compil. João Mano.

3. Terras do mar salgado: São Julião da Figueira da Foz - São Pedro da Cova - Gala - Buarcos - Costa de Lavos e Leirosa / João Pereira Mano. Figueira da Foz: Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR. ISBN 972-8289-07-3.

4. Lavos: nove séculos de História. Seguidos de inéditos e esparsos / João Pereira Mano. Figueira da Foz - Lavos: Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR. Junta de Freguesia de Lavos. ISBN 972-8289-16-2.

5. Adenda à compilação dos "Artigos de Buscador" / João Mano. [Figueira da Foz]: O Dever.

6. Jacinto de Jesus e Silva, navegador figueirense de meados do século XIX / João Pereira Mano. 2004.

7. A frota de pesca Cova Galense à volta de 1890 (barcos, redes, arrais e donos) / João P. Mano. 2004.

8. A mudança da Câmara de Tavarede para o lugar ou porto da Figueira / João P. Mano. 2005.

9. O patacho Zaida e a primeira travessia aérea do Atlântico Sul / João P. Mano. 2006.

10. Singular naufrágio ao longo da Costa, entre o Cabo Mondego e a Ria, de um comboio de navios britânicos, em 1804 / pelo Capitão João Mano. 1979.

 

Obrigado Capitão!

 

 

 

Convém não esquecer

 

Nos tempos que correm, nestes tempos de mudança e de crise de tudo o que se prende à memória e, também, à ética é normal o aproveitamento oportuno das ocasiões.
 
Vem isto a propósito da reforma administrativa levada a cabo pelo ministro Relvas, personificada pela lei 22/2012 e que pode, repito, pode levar à extinção, enquanto tal, da Freguesia de S. Pedro do Concelho da Figueira da Foz.
 
Esta re-postagem, “ Deste povo, este mar”, (X)  tem a simples, mas importante intenção de lembrar que, para além dos critérios de censos populacionais e geográficos, este povo da Cova e da Gala tem uma identidade que lhe advém da gênese e que está para além da Figueira da Foz.
 
Quero com isto dizer que, sendo figueirenses, os covagalenses não são só figueirenses, são mais do que isso.
 
Carregam na sua identidade o legado das gentes de Ílhavo que no século XVII aqui, à Cova d’oiro, (Cova’doiro é um conceito, uma realidade ou um sonho?)  chegaram, se instalaram, se desenvolveram e disseminaram  Cova-Gala, um povoado e um só povo... uma vila!.
 
A Freguesia de S. Pedro faz parte desse trajeto, desse património.
 
Convém não o esquecer!
 

O atelier ...

 

 

 

E o artesão ...

 

 ... espaço onde convivem o artesanato miniatural e a arte e o engenho de lhe dar vida, genéticamente herdada do saudoso mestre de construção naval, Alfredo Afonso.

Assim se vai ajudando a dar visibilidade à historia deste povo que do mar viu emergir as suas raízes e nele foi amassando a sua memória colectiva.

 

Legenda:

 - José Alberto - Lugre-motor de quatro mastros aqui equipado para a pesca do bacalhau à linha e, ainda, de negro pintado. Passaria depois a branco integrando a legendária "Portuguese white fleet" dos mares da Terra Nova e orgulho do Estado Novo.

 - Manuel Afonso, o criador desta maravilha miniatural.

 

 

Cova d'oiro é um conceito, uma realidade ou um sonho?

 

 

Tanto quanto nos é dado conhecer através da leitura dos livros do comandante João Mano, da consulta de diversa bibliografia e dos arquivos do Museu Marítimo de Ílhavo, é correcto afirmar que a Cova d’oiro foi, em primeira instância e no espaço temporal do terceiro quartel do século XVIII, um sonho vivido por quem, mercê de contingências várias e agrestes do destino, almejou fugir a uma vida de infortúnio, de doença, fome e morte.
  
Uma série de nefastas coincidências de factores ambientais e geo-climáticos, que foram alterando irreversivelmente, no decorrer dos séculos XVII e XVIII, a linha da costa na região de Aveiro e Ílhavo, afectaram negativamente as povoações piscatórias que viviam da ria, atingindo a sua plenitude da desgraça e calamidade entre os anos 1730 e 1757.
 
A decisão de fugir, de perseguir o sonho de atingir o local situado          …”algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era como se dizia então um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até à vergueira de espécies saltitantes e …” variadas que, vendidas na jovem vila da Figueira da Foz, proporcionava o merecido pecúlio para o esforço do trabalho que dá o “amanhar do mar”, transformou-o em realidade quando um punhado de pescadores de Ílhavo, nossos antepassados e fundadores da nossa terra, se abrigaram na cava de uma duna, mesmo ali com a Cova d’oiro a seus pés.
 
Por fim, mercê de uma vida digna de trabalho no amanho do mar, quer neste que nos banha, quer noutros por esse mundo fora, esse legado identitário deve ser um conceito norteador das nossas acções enquanto povo. É neste conceito que assenta a identidade sócio-cultural da Cova e da Gala, hoje Cova-Gala e muito bem, fruto do desfiar inexorável dos tempos, que uniu os povoados.
 
Por outro lado, São Pedro é e sempre foi um abrigo de fé, que deu forças e vontade de alcançar o sonho, que protegeu e animou nos momentos mais difíceis. Mas, já o era nos idos tempos de Ílhavo e assim continuou a ser na Cova d’oiro, na Cova e na Gala e de muitas outras comunidades de pescadores espalhadas de norte a sul, por este Portugal. É, como se sabe, o Orago assumido pela quase totalidade das comunidades piscatórias não podendo ser, por isso mesmo, elemento identificador de nenhuma em particular.
 
Cova d’oiro, como conceito fundador e respeitado como legado sócio-cultural, deve ser entendido como, atrevia-me a dizer, o único farol norteador da acção de todos os que se preocupam com a identidade, principalmente a dos, por nós, eleitos e dele fiéis depositários na sua acção administrativa em ambiente democrático que é, ou devia ser, aliás, o único prevalecente.
 
Este espaço que tem, não por acaso, a denominação de Cova d’oiro, vamos preenchê-lo, prometemos, com esta temática. Visamos, como único objectivo, pugnar pelo engrandecimento da memória. Que ela possa, de alguma forma que não a saudosista, fortalecer, principalmente nos mais jovens, a identidade. Vamos fazê-lo, a um tempo tentando lembrar, a outro recomendar para os malefícios do esquecimento e ainda noutro tentando que os jovens, a seu tempo, nos possam representar nos mais variados espaços, entre os quais, a Assembleia de freguesia. Não como meras figuras decorativas e bajuladoras, mas antes como Cova-Galenses que, ao invés de se atirarem a um poço à espera que alguém lhes dê a mão, prefiram, olhos nos olhos, enfrentar as vagas do destino de peito aberto e fazer-se a qualquer tipo de mar com um objectivo definido, com um destino no horizonte, usufruindo entretanto as belezas e as contingências da viagem.
 
Tudo isto com uma velocidade própria de quem, não querendo ser a quinta da calma, não tenha, por outro lado, a ansiedade do imediato nem a pressa dos aflitos. Antes, a consciência que os tempos levam tempo a mudar.
 
Até já.
 
João Pita
 
 
 
 
 
Caravela Sagres St MManuela e Creoula

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