Fado Ribatejo
escrito por Pedro Barroso e cantado por João Chora no programa Em Casa da Amália da RTP1
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escrito por Pedro Barroso e cantado por João Chora no programa Em Casa da Amália da RTP1
Excelente documentário da RTP.
História da pesca de bacalhau à linha.
Um pescador só num lenho leve e lasso a que chamavam dori.
Verdadeira epopeia marítima nos mares do atlântico norte protagonizada por heróis pescadores portugueses.
Parabéns a Rui Bela e a Senos Fonseca pela surpreendente e realista forma de apresentar a vida a bordo de um lugre bacalhoeiro:
Na perspectiva do capitão, do pescador, escalador, salgador, troteiro, marinheiro, do cozinheiro e, também, não menos importante, a perspectiva do anfitrião canadiano do porto de S. John's, onde se abrigavam das intempéries súbitas.
Sem palavras. Palavras para quê? Deliciem-se.
Poema, em memória e honra dos meninos que, aos 16 anos de idade, pela mão de seus pais e avós, embarcavam para o bacalhau.
16 anos de idade, moço e pescador
Tanto mar, tanto ar, tanto medo
Tanto frio, tanto nada, tanto gelo!
O que é que faço aqui?
Neste norte branco, neste vento.
Neste mundo, branca névoa.
Nesta bruma,
Nesta escuna
Neste bote, neste dóri.
Madeiro leve e lasso.
Nestas ondas deste mar
Do norte frio e de morte.
O que é que eu faço,
Que é que eu faço?
Quero fugir!
Fugir da ditadura
Da surriada, do trole, bacalhau
Da isca, da linha, zagaia e pingalim.
Este gelo corta como aço
Que tanto tortura, tanto dura.
O que é que eu faço,
Que é que eu faço?
O que é que faço aqui?
Neste norte branco, neste vento.
Neste mundo, branca névoa
Nesta bruma,
Nesta escuna
Neste bote, neste dóri
Madeiro, leve e lasso.
Nestas ondas deste mar
Do norte frio e de morte.
O que é que eu faço,
Que é que eu faço?
João Pita.
filme de arquivo da RTP
Filme de arquivo da RTP de 1988
Foto de Orlando Fernandes
Negrume de fogo
Pairam vampiros negros, alados
Rolam negrumes de cinza em desnorte.
Línguas, labaredas, troncos tisnados.
Chiam arrepiantes leteias serpentes
Escarnindo uivos de anunciada morte.
Preces de angústia, impotente agonia.
Do limbo negro do telúrico inferno
Tisnados emergem, arrastando o caminhar
Anjos da paz de vermelho e negro vestidos.
Ombros caídos, ansioso e lívido olhar
Lágrimas secas cavam nas rugas leito,
Arfando angústia em dorido peito.
… pó da terra.
País sem norte!
Globalização de fogo ávido de ter
Devora queima, assa, mata e torra.
Monstro acéfalo e disforme.
Utopia, precisa-se!!!
Volte o verde, azul e fresco
Volte o Homem e a Natureza
(Outubro negro, 2017)
JPita
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MALHÃO 3.0
"Põe a grade bem no cimo da geleira O cadeado no cofre de madeira E vem dançar Vai começar Deita em água uma mão de feijão verde Pimentão, salsa e louro no borrego Deixa a apurar E põe-te a andar Se compravas, põe à venda Se arrendavas, sub-arrenda Flash em off Posta a foto Faz negócio E anda lá daí pra fora Chegou a hora Já não há saco p’ra tensões Peritos, magos e vilões Toda a gente A ver se mete O alfinete Em forma de comentário Incendiário Olha as luzes na praça E a populaça Toda em pulgas p’ra cantar Vem comprovar Ver para crer Bailar até cair pró lado Esquece o jantar ‘Bora a correr Hoje a festa é do Diabo E meio gás não serve Só calor e entrega em noites ávidas Rebelião de febre Bombos, suor e lágrimas Traz a avó, a cunhada e o gaiato Deixa o shot de aventuras para o chato Que quis faltar Pode ajudar Toca a andar, pernas para que te quero Burricada, Malhão 3.0 É aguentar E vira o par O Circo lá esgotou O bom senso extraviou A solução É onda de invasão Da Galiza ao Sotavento Repovoamento! E não é que pelos vistos Vem aí o apocalipse Tu queres ver Que chatice Não há realista Que ature a realidade Haja piedade! Olha as luzes na praça E a populaça Toda em pulgas p’a cantar Vem comprovar Ver para crer Bailar até cair pró lado Esquece o jantar ‘Bora a correr Hoje a festa é do Diabo E meio gás não serve Só calor e entrega em noites ávidas Rebelião de febre Bombos, suor e lágrimas."
Não, não é erro. Decifra!
Caminho comunitário calcorreado por séculos de passos de gente e dos tempos.
Vem do tempo da fundação e tão antigo é que se confunde com o inicio de nós, sim, nós do colectivo e da comuna onde o eu singular cabe, mas não impera.
Aqui não mora o eu, je, I, io, mi proclamativo oco e vazio.
Aqui mora o nós já vivido, o nós que passa e o outro nós que por aqui passará.
A natureza disso dá testemunho entrelaçando, qual abraço, o trabalho do homem comum bordado em rude burel austero, verdadeiro.
Mix de músicas e poemas:
Longe daqui, Lua, Esperança e Poema do lavrador de palavras aos politicos.
Pedro Barroso
Programa Cristina Convida na TVI em 21 de Outubro de 2021.
Sei que corro o risco de ser castigado por violação de direitos de autor ao gravar e divulgar este vídeo.
Ele pertence, repito, à TVI, mas o prazer, a emoção e o respeito que merece este testemunho de Guilherme Piló, autor do livro “Homens sem coração”, supera o risco, o receio e é muito maior que o usufruto de qualquer rede social.
Passo os meus dias em longas filas
Em aldeias, vilas e cidades
As andorinhas é que são rainhas
A voar as linhas da liberdade
Eu quero tirar os pés do chão
Quero voar daqui p'ra fora e ir embora de avião
E só voltar um dia
Vou pôr a mala no porão
Saborear a primavera numa espera e na estação
Um dia disse uma andorinha
Filha, o mundo gira, usa a brisa a teu favor
A vida diz mentiras
Mas o sol avisa antes de se pôr
Eu quero tirar os pés do chão
Quero voar daqui p'ra fora e ir embora de avião
E só voltar um dia
Vou pôr a mala no porão
Saborear a primavera numa espera e na estação
Já a minha mãe dizia
Solta as asas, volta as costas
Sê forte, avança p'ra o mar
Sobe encostas, faz apostas
Na sorte e não no azar
Do mar emergem as raízes deste povo
E dele se eleva a sua história.
A erosão costeira a sul da foz do rio Mondego e o enorme impacto que vai tendo na vida e bens das pessoas que vivem junto ao mar na povoação Cova-Gala.
A erosão costeira a sul da foz do rio mondego.
Três meses depois, passado que foi o período mais intenso e rigoroso do inverno, o problema gigantesco com que nos deparamos há décadas, piorou.
Piorou e muito, pois o mar continua na sua função reguladora ambiental planetária.
O degelo continua, aliás, agrava-se a cada dia que passa e o planeta continua impávido a respirar a sua própria natureza e a viver a seu ritmo que não tem nada a haver com o nosso, minorcas parasitas que vivemos a ele alapados.
Pois, falemos da poluição, sim, falemos e falemos também das obras locais reguladoras do desaguar das águas do Mondego e - parasitas que somos - sem levar em atenção o que a natureza determina.
Sim, falemos da inépcia e, também, do serôdio e aviltante aproveitamento politico de oportunistas de ocasião, que tudo e todos põem em causa (menos, claro, a família e amigalhaços) e erguem canetas e dedos acusadores, quais juízes déspotas e prepotentes donos de todas as verdades tidas como absolutas.
Ok, falemos, ainda, dos pseudo engenheiros, doutores e tecnócratas de variada índole e valência técnica, que tudo sabem e para tudo têm solução e remédio. Eles são os paredões verticais, eles são os quebra-mares paralelos à costa submersos ou não, eles são os diversos tipos de by-pass de areias, eles são isto aquilo e aqueloutro.
Ah!
Ia-me esquecendo dos que tecem meças e lutas de alecrim e mangerona, erguendo argumentos de que encontraram a solução primeiro que tu, eu, ele e todos os outros. Parecem meninos a comparar e medir; a minha é maior que a tua... ou, a minha foi primeiro que a tua.
Ah!
E, depois, ainda, os políticos emergentes, quais salvadores da pátria, armados em "portugueses de bem" a lançar medidas de salvação nacional como se, à sua volta, não vivesse ninguém que fosse legítimo dono de alguns neurónios funcionais. Eles aparecem dissimulados de cidadãos interessados e comprometidos com causas e métodos tidos por "de elite" e que deve agradar a todos os demais da populaça tida como amorfa e acomodada.
Pasmem, ó minha gente, (que não são os "portugueses de bem") é como se o mundo tivesse começado a existir somente após a sua chegada e, o mais grave, é que eles acreditam mesmo nisso.
Falta falar nos figueirinhas que, há seculos, pensam que a Figueira vive à volta do casino e bairro novo e que o rio divide.
Acordem! Pensem na culpa que vos cabe por a Figueira continuar na sua triste condição de aldeia circundada por um imenso triângulo de cidades vivas e pujantes.
A erosão costeira a sul da foz do rio mondego.
Um ensaio e uma visão do problema que se afigura gigante e sem pretensões de qualquer espécie que não sejam as que prendem as pessoas às suas preocupações.
Ricardo Ribeiro e Rodrigo
Em casa d' Amália
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