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Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

corda01

Pescadores de bacalhau da Cova-Gala (01).

 

Aproxima-se o dia em que a merecida homenagem ao homem do mar da Cova-Gala, personificado na figura do pescador de bacalhau à linha, vai ter lugar.
Será, decerto, um Bom Dia.
Apesar de o motivo e o modelo escolhido, que não a idéia, ser fruto de névoas e brumas escusas de pelágicas desconfianças, ao invés da clara participação na escolha, aberta e universal onde todos os covagalenses interessados pudessem ter tido legítimo lugar ... vai ser um Bom Dia!
Mesmo que a estética do elemento escultórico escolhido seja, mais assim, ou mais assado, será SEMPRE um bom dia.
Mesmo que os eleitos, eventualmente, não consigam libertar-se das grilhetas da presunção e dos pressupostos politicos, será sempre um BOM DIA!
E, aqui, na COVA-GALA,
- povoado que proclama bem alto a sua identidade assente em raízes da Cova, da Gala, do mar que nos banha e de todo esse, outro mar, onde os seus homens consolidaram uma história de trabalho e de grandeza -
esta homenagem ganha uma legitimidade ímpar.
A cidadania e a sintonia com estes valores faz-nos querer participar, tentando ajudar a entender as "grilhetas da presunção e dos pressupostos politicos", quando a mesma é rasteira, conforme assistimos há um mês, em Lavos, e, a um outro tempo, enaltecer a legitima e verdadeira homenagem a ter lugar na Cova-Gala.
Com a preciosa ajuda do Museu Marítimo de Ilhavo é possivel provar que a grande, a esmagadora maioria dos pescadores de bacalhau nascidos em Lavos, são oriundos e naturais da Cova e da Gala.

Começamos, hoje, a publicar as cédulas maritimas dos nossos antepassados.
Por razões de "peso digital" somos obrigados a dividi-las em várias apresentações.
Hoje, a primeira, por ordem alfabética.

 

 

Tentações

 

Quiseram-me domar. Eu não deixei.
Quiseram-me a palavra. Eu não vendi
Pois não foi esse o preço que eu pedi
Nem é esse o destino que eu lhe dei.
 
Quiseram-me calar. Eu não calei.
Não sei se me ganhei, se me perdi…
Só sei falar daquilo que vivi
E não do que mais tarde viverei.
 
Tentaram – se tentaram! – condenar-me,
Impor-me soluções, depois calar-me…
Tentaram mas depressa desistiram.
 
Amanhã ou depois hão-de aceitar-me,
Depois, quando não queiram mais tentar-me
E não possam dizer que o conseguiram…
 
 
De Maria João Brito de Sousa
in Poetaporkuedeusker

 

 

Deportee

 

Hoje, dia Mundial do Refugiado!

 

Bob Dylan e Joan Baez

em Fort Collins, Colorado, 23 Maio de 1976.

 

 

The crops are all in and the peaches are rotting
The oranges are packed in the creosote dumps
They're flying you back to the Mexico border
To pay all your money to wade back again

Goodbye to my Juan, goodbye Rosalita
Adios mis amigos, Jesus y Maria
You won't have a name when you ride the big airplane
All they will call you will be deportees

My father's own father, he waded that river
They took all the money he made in his life
My brothers and sisters come working the fruit trees
They rode the big trucks till they lay down and die

Goodbye to my Juan, goodbye Rosalita
Adios mis amigos, Jesus y Maria
You won't have a name when you ride the big airplane
All they will call you will be deportees

The skyplane caught fire over Los Gatos Canyon
A fireball of lightning, and it shook all the hills
Who are these comrades that died like the dry leaves
The radio tells me they're just deportees

We died in your hills and we died in your deserts
We died in your valleys we died on your plains
We died 'neath your trees and we died in your bushes
Both sides of the river we died just the same

Goodbye to my Juan, goodbye Rosalita
Adios mis amigos, Jesus y Maria
You won't have a name when you ride the big airplane
All they will call you will be deportees

Is this the best way we can grow our big orchards
Is this the best way we can grow our good fruit
To fall like dry leaves and rot on the top soil
and be called by no name except "deportee"

Goodbye to my Juan, goodbye Rosalita
Adios mis amigos, Jesus y Maria
You won't have a name when you ride the big airplane
All they will call you will be deportees

 

Paróquias e dioceses ...

 

Na religião ... as paróquias elevam-se a dioceses

                             ...   é dificil nos tempos que correm, mas é possível!

Na organização politica administrativa ... as freguesias elevam-se a concelhos, a municípios.

                                 não é dificil ... e, é  bem possivel se a conjuntura (politica) for favorável!

No povoamento e organização do território existem os ... casais, lugares, as aldeias, vilas, cidades ...

Quando tudo decorre normalmente e não há lugar à incompetência ... os povoados, as aldeias elevam-se a VILAS.

A lei é clara: n.º 11/82 de 02 de Junho.

É só ler!

Quase me esquecia do mais importante ... a freguesia de S. PEDRO é composta por dois povoados originais: A Cova e a Gala.

Estes dois povoados uniram-se com o passar dos tempos e ... o povo adoptou, com amor fraternal, uma forma, um USO e um COSTUME de chamar a essa união: COVA-GALA.

... Outra coisa importante é o facto de, os eleitos locais não serem mais do que fiéis depositários e guardiões da génese, história, cultura e identidade dos povos que os elegem. 

E o local destinado a essa nobre função é ..neste caso, a ASSEMBLEIA DE FREGUESIA. Nenhum dos eleitos se deve demitir dessa nobre função!

O Topónimo COVA-GALA tem de fazer parte do novo nome da nova VILA.

Por razões históricas e de respeito pelo povo a que pertencemos e... nunca para fazer a vontade a qualquer vontade menos esclarecida!

Peço desculpa pela forma, mas o conteúdo é dirigido só a alguns ... os outros, não precisarão.

A estes, peço desculpa pela forma.

Apesar deste arrazoado todo, eu defendo a elevação do povoado Cova-Gala a Vila e,... já lá vão uns bons dez anos!

 

Anulação...?

 

...

 

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CÂMARA MUNICIPAL

REUNIÃO ORDINÁRIA

CÂMARA MUNICIPAL
Agenda da Reunião Ordinária de 15-06-2009

ORDEM DO DIA

7 - DEPARTAMENTO DE OBRAS MUNICIPAIS

7.3.7 - CONSTRUÇÃO DO NÚCLEO CULTURAL DE SÃO PEDRO - ANULAÇÃO DO
CONCURSO

 

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...

Raças Autóctones

  

O passado dia 10 de Junho, dia de Portugal, passei-o em Santarém.

Decidi fazê-lo por, de entre outras coisas, ser ali a homenagem ao capitão de Abril, Salgueiro Maia.

De entre as outras contava o facto de poder almoçar em Almeirim, ali a dois passos, e saborear a sua famosa sopa da pedra.

Outra, poder visitar a famosa Feira da Agricultura de Santarém.

E é aqui que reside a razão de ser deste post.

 

Ao passar pelos diversos stands de exposição das variadas raças autóctones deste portugal dei comigo a pensar nas analogias sempre depreciativas que, nós humanos, fazemos.

Parei em frente ao carneiro. Animal vulgar, comum, de olhar meigo e doce e representativo de mamiferos ruminantes da família dos bovideos.

 

Que raio de analogia fazemos quando alguém é apodado de "CARNEIRO" ?

Porquê a "CARNEIRADA" , quando pretendemos adjectivar gente servil, amorfa, seguidora e acéfala?

 

Continuando pelos bovídeos e apreciando as raças autóctones presentes, de entre as quais se destacavam a Marinhoa e a Barrosã, dou de caras com um espécime.

Gordo, cornudo e cornúpeto, barrigudo, avaro de comida e bebida, ruminando e grunhindo continuadamente algo, quase, inaudível.

Com destino traçado à partida, o açougue, imaginemos que, enquanto espera, tem dor de corno.

Dor de corno, não!

Neste caso dor do corno.

 

A forma com olha para o feno do vizinho denuncia ser invejoso.

Está com inveja do outro, o animal!

Arre que é demais!

Ter dor no corno, invejar o parceiro do lado, o que, por si só,  faz com que a dor no corno passe a ... dor de corno. Que destino fodido (perdoem-me a libertinagem da expressão).

 

Saber que mais cedo ou mais tarde será pasto gastronómico - melhor dizendo, entregará a alma ao criador (os bovídeos terão alma?) - e, no entretanto, ter dor de corno por ser invejoso é um destino mais que fodido ... é refodido!

 

Deixemos os animais ruminantes, que o sol já vai alto no céu azul e quente.

Sigamos, que o dia está lindo e, à nossa frente, já se sente a maresia.

 

 

Grupo Desportivo Cova-Gala

 

Parabéns, Grupo Desportivo Cova-Gala.

 

Parabéns a todos os atletas e dirigentes do Grupo Desportivo Cova-Gala.

 

Canta: Sónia Pinto

 

POR UMA FRATERNA UNIÃO é o lema e o

Sonho da criação que dimensiona o GDCG muito para além de um mero clube de futebol...

  

 

 

 

Cova-Gala
Gala e Cova, Cova e Gala
Uma fraterna união
O Grupo Desportivo Cova-Gala
Vem de um sonho antigo de união,
De amizade e tradição.
 
A mocidade do mar da Cova,
A juventude do rio da Gala
Uniram-se no Grupo desportivo Cova-Gala
E a fraterna União surgiu com alma nova.
 
À espuma do mar, dos sonhos e ao céu
Vestem branco e azul,… sua cor.
Na força das ondas temperam seu valor
Com valentia conquistam mais um troféu
 
No campo do Cabedelo, mesmo junto à praia
Galgam escolhos ganham lutas buscam glória
Com a alegria de seus avós na pesca da raia
Batalham, não desistem, até à vitória!
...
 
música : Victory - Mike Batt
letra: João Pita

Meu amor vem a chegar

 

Há muito, muito  tempo as mulheres deste povo, passados seis meses de viagem dos seus homens, na pesca do bacalhau, tinham o costume de ir à praia do cabedelo olhar o horizonte, tentanto vislumbrar uma vela que anunciasse o seu regresso.

Era assim, vestidas de negro, ano após ano, na espera incessante de seus maridos e filhos.

 

Canta: Sónia Pinto   

  

Fui ao mar mandar lembranças

Fui ao mar matar saudades.

O mar se enrolou em espuma

E disse-me  assim baixinho

 

Teu amor vem a chegar

 

Olhei ao longe o horizonte

Onde mar e céu se unem.

Veio de lá uma gaivota

Que me disse assim baixinho

 

Teu amor vem a chegar

 

Um a vela vejo ao longe

Um mastro se ergue no ar.

O vento e o mar te trazem

E a ambos grito assim

 

Meu amor vem a chegar

Meu amor vem a chegar

  

música: Prof. José Castro

letra: João Pita

 

 

À Noite

 

Um dia destes um jovem amigo, com quem partilho o gosto de ouvir  Pedro Barroso, disse-me que esta lindíssima canção lhe trazia à memória a sua saudosa avó.

É verdade. Este belo poema evoca aqueles cabelos brancos da nossa infância, os olhos meigos que nos olhavam nos momentos de maior fraqueza e nos perguntava:

- Que é menino, que tens?

- Anda cá à avó, anda!

No aconchego de seu colo passava a mão pelos nossos cabelos rebeldes, uma e outra vez, murmurando:

- Pronto, pronto já passou!

- Vai lá que isso não é nada!

E lá partíamos correndo desbravando esse mundo inteiro que se abria à nossa frente.

 

Divido por todos nós e por todas as rugas e cabelos brancos das nossas infâncias, a música e a voz  deste trovador de Portugal, Pedro Barroso.

 

 

 

 

O pilar ...

 

 

Era uma vez um pilar , qual guarda avançada, aparecendo em todo o seu esplendor, isolado e à frente de todos os outros.Foto de João Pita

Só lhe falta a camisola amarela!

Será ele essencial?

Será ele estruturante?

 

O PDM, aceita-o?

 

O plano de urbanização regeitá-lo-á?

 

O fiscal viu-o?

 

O planeamento urbanístico contemplou o necessário passeio para a, sempre e  cada vez mais necessária, mobilidade pedonal?

 

Haverá espaço para o "abensonhado" - como diria Mia Couto -  passeio?

 

Nada disto existe e ... somos nós que estamos a ver mal?

 

Ou, tudo isto existe e ... será fado?

Foto de João Pita

 

Cântico Negro

  

 

Poema de José Régio

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

 

José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

 

Armazéns de apetrechos de pesca ...

 

Foto de João Pita

 Foto de João Pita

  

Estas fotos foram tiradas na Gafanha da Encarnação.

Terra de pescadores, nossos antepassados, de onde, aliás, somos oriundos.

Toda aquela região da Ria de Aveiro comporta vários e dispersos portinhos de pescadores, em tudo idênticos ao que temos na Gala.

 

Tudo perfeitamente definido, bem planificado e ordenado.

 

Alguns estão situados paredes meias com modernas marinas de recreio.

De um lado, o recreio com todas as suas valências técnicas, desportivas e de comércio, do outro, a pesca tradicional, os botes e  bateiras devidamente ancorados e apoiados com necessários guinchos de carga, rampas de acesso e pelos armazéns de apetrechos de pesca.

Enquadrados por amplas áreas ajardinadas, servidas por arruamentos, parques de estacionamento e vias de pedoneio.

...

Inicialmente pensava que a tipologia destes armazéns era única e uma só por todo o litoral português.

Começo a ter dúvidas.

Os que estão a ser erigidos no portinho da Gala, espero estar enganado, aparentam ser verdadeiros e "polivalentes" armazéns. 

 

Caravela Sagres St MManuela e Creoula

João Pita

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