... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego.
Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira
... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego.
Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira
"... no país. Nas empresas, o mais comum dos empregados se acha virtuoso na especialidade da maledicência; nas estradas, o mais papalvo dos condutores acha que ele é que merecia ir ao volante daquele Porshe; no totomilhões, todos nós achamos uma injustiça a fortuna só sair aos outros, que nem sabem onde gastar o dinheiro, enquanto nós bem o saberíamos aplicar com sabedoria e, até, com um bocadinho de espírito cristão; e, na esplanada, todos achamos que a bela rapariga que se delicia com um gelado na companhia de um brutamontes de cérebro apertado pelos músculos estaria muito melhor na nossa mesa.
Em suma, um dos maiores problemas dos portugueses é achar que tudo o que os outros têm, ou ganham, é sempre duplamente injusto, não só por eles não o merecerem ter ou ganhar, mas ainda porque quem merecia ter e ganhar éramos nós.
Tudo isto nos provoca uma sensação de injustiça nostálgica e nos obriga a sermos azedos e contrariadores das pequenas felicidades que, apesar de tudo, o mundo nos oferece.
...
Mas se Deus nos deu olhos foi para olharmos os outros e não para olharmos para nós. Se a entidade divina quisesse, mesmo, que nos olhássemos para dentro, sempre haveria de de se ter lembrado de nos dar um género de faróis de nevoeiro virados do avesso do umbigo. É verdade que existem espelhos, mas esses, como todos sabem, servem, apenas, para nos admirarmos e contemplarmos na perfeição, única, dos nossos seres.
É assim que percebemos que os outros, coitados, nos invejam..."
Com esta apresentação terminamos a partilha de antigas cédulas marítimas dos pescadores de bacalhau oriundos da Cova e da Gala.
Temos a noção de que esta publicação de duzentas e dez inscrições marítimas de covagalenses, nas capitanias da Figueira da Foz, Lisboa e de Cascais, representa uma pequena parte da totalidade de pescadores que, geração após geração, participaram na odisseia da pesca de bacalhau à linha.
Também, por isso, é um riquíssimo espólio de história e de identidade.
Viagem do lugre bacalhoeiro José Alberto da frota da Figueira da Foz.
Companha incluía, também, homens da Cova e da Gala.
Comandante, o Cap. Álvaro Abreu da Silva.
Destino, os Grandes Bancos ao largo da Terra Nova.
Duração da viagem, seis meses.
" Separados de casa por três mil milhas de oceano, os pescadores de Portugal dedicam-se a uma safra de importância vital. Em antigas zonas de pesca descobertas pelos seus antepassados muitos séculos antes, eles lutam durante seis meses cada ano, levando uma vida de insuportável dureza, da qual alguns nunca mais regressarão.
Um homem, um barco. Numa frágil parceria contra a fúria implacável do Mar Árctico. Esmagados pela enormidade do seu adversário, eles sabem que irão ficar às cegas no nevoeiro e que irão ser agredidos por ondas que poderão chegar acima dos trinta pés de altura.
São os últimos que se dedicam a esta tradição heróica. A sua é a batalha do solitário homem do dóri.
Eles são as lendas vivas: os homens do mar de Portugal"
Assim se inicia a narrativa deste documentário realizado em 1968 pela National Geographic e filmado a bordo do Lugre bacalhoeiro, José Alberto, na viagem de 1967.
Titulo original, The Lonely Dorymen - Portugal's Men of the Sea.
Hoje, partilhamos a primeira parte desse mesmo documentário
Vale a pena ver castelos no mar alto Vale a pena dar o salto pra dentro do barco rumo à maravilha e pé ante pé desembarcar na ilha Pássaros com cores que nunca vi que o arco-íris queria para si eu vi o que quis ver afinal
É tão bom uma amizade assim Ai, faz tão bem saber com quem contar Eu quero ir ver quem em quer assim É bom pra mim e é bom pra quem tão bem me quer
Vale a pena ver o mundo aqui do alto vale a pena dar o salto Daqui vê-se tudo às mil maravilhas na terra as montanhas e o mar as ilhas Queremos ir à lua mas voltar convém dar a curva sem se derrapar na avenida do luar
(de propósito não encontraria nada mais a propósito ... digo eu.)