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Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

Cova d'oiro

... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira

corda01

.... .- ...- . / -- . .-. -.-. -.-- Have Mercy

A erosão costeira a sul da foz do rio mondego.
Três meses depois, passado que foi o período mais intenso e rigoroso do inverno, o problema gigantesco com que nos deparamos há décadas, piorou.
Piorou e muito, pois o mar continua na sua função reguladora ambiental planetária.
O degelo continua, aliás, agrava-se a cada dia que passa e o planeta continua impávido a respirar a sua própria natureza e a viver a seu ritmo que não tem nada a haver com o nosso, minorcas parasitas que vivemos a ele alapados.
Pois, falemos da poluição, sim, falemos e falemos também das obras locais reguladoras do desaguar das águas do Mondego e -  parasitas que somos - sem levar em atenção o que a natureza determina.
Sim, falemos da inépcia e, também, do serôdio e aviltante aproveitamento politico de oportunistas de ocasião, que tudo e todos põem em causa (menos, claro, a família e amigalhaços) e erguem canetas e dedos acusadores, quais juízes déspotas e prepotentes donos de todas as verdades tidas como absolutas.
Ok, falemos, ainda, dos pseudo engenheiros, doutores e tecnócratas de variada índole e valência técnica, que tudo sabem e para tudo têm solução e remédio. Eles são os paredões verticais, eles são os quebra-mares paralelos à costa submersos ou não, eles são os diversos tipos de by-pass de areias, eles são isto aquilo e aqueloutro.
Ah!
Ia-me esquecendo dos que tecem meças e lutas de alecrim e mangerona, erguendo argumentos de que encontraram a solução primeiro que tu, eu, ele e todos os outros. Parecem meninos a comparar e medir; a minha é maior que a tua... ou, a minha foi primeiro que a tua.
Ah!
E, depois, ainda, os políticos emergentes, quais salvadores da pátria, armados em "portugueses de bem" a lançar medidas de salvação nacional como se, à sua volta, não vivesse ninguém que fosse legítimo dono de alguns neurónios funcionais. Eles aparecem dissimulados de cidadãos interessados e comprometidos com causas e métodos tidos por "de elite" e que deve agradar a todos os demais da populaça tida como amorfa e acomodada.
Pasmem, ó minha gente, (que não são os "portugueses de bem") é como se o mundo tivesse começado a existir somente após a sua chegada e, o mais grave, é que eles acreditam mesmo nisso.
Falta falar nos figueirinhas que, há seculos, pensam que a Figueira vive à volta do casino e bairro novo e que o rio divide.
Acordem! Pensem na culpa que vos cabe por a Figueira continuar na sua triste condição de aldeia circundada por um imenso triângulo de cidades vivas e pujantes. 


Texto de ficção, ou talvez não

Novo-Cabedelo-em-construçãoWEB.jpg

*Este cabedelo moderno, arejado e democrático não pode, não deve ter donos.*
*Deve ser de todos e para todos.*
 
Continuo na minha; cabedelo ao abandono é burrice!
Já lá vão muitos anos, mas continuo na minha; cabedelo ao abandono é burrice e foi-o durante muitas décadas, esteve sempre ao abandono apesar da sua esplendorosa natureza que é ser a faixa de areia na foz de um rio, o mondego, mas, neste caso, ... do lado de lá.
Pois, pois é, do lado de cá.
Do lado de cá; quiçá a maior e mais relevante razão do seu abandono.
Mas deixemos lá isso.
Vamos ao que importa que é aplaudir o projeto de arranjo e modernização do Cabedelo.
Podemos discordar se isto ou aquilo está bem, menos bem, ou, assim assim, mas aplaudimos a intervenção no cabedelo no seu todo porque, em ultima instância, o abandono é sempre o derradeiro estágio e disso já tivemos e vivemos demasiado tempo.
Este projeto contempla a preservação e consolidação dunar, o pedoneio controlado, espaços verdes, estacionamentos organizados, circulação de veículos, atividades lúdicas, desportivas, de lazer e principalmente o fruir magnifico das praias.
Contempla, portanto, a atividade humana nos seus diversos fatores, incluso a comercial, a ocupação controlada e em segurança das crianças em espaços apropriados.
E conta com o surf, atividade rainha e predominante do cabedelo, diversificado pelas suas vertentes; desportiva, lazer, escolar, formativa e comercial.
Este cabedelo moderno, arejado e democrático (porque o abandono é sempre ditatorial e austero) pode e deve comportar um espaço de campismo onde as pessoas possam usufruir das belezas deste magnifico cabedelo, por pequenos períodos de tempo de verdadeiras férias.
Este cabedelo moderno, arejado e democrático não pode, não deve ter donos.
Deve ser de todos e para todos.
Não pode ter - e ser - um parque habitacional de segunda habitação com vista magnifica para o Atlântico (qual Filé Mignon), gozando de privilégios caducos e obsoletos e com uma distribuição de espaços que roça - perdoar-me-ão o exagero - o conceito de "usucapião".
Escalpelizando esta do "usucapião" em termos de ocupação de "alguns" alvéolos diremos que, começando em 1985 e somando os necessários vinte anos de uso não registado, o mesmo já vai em quase trinta anos.
E, depois, ainda, temos o meu amigo António que se dirigiu para lá com a sua autocaravana e pediu uma semanita, em alvéolo virado para o mar sobre o molhe sul.
A reposta que recebeu foi que tal não era possível pois já estava tudo ocupado há bbbuuuéééé de tempo e, questionado o funcionário, como era ainda jovem, não foi capaz de dizer desde quando.

*Este cabedelo moderno, arejado e democrático não pode, não deve ter donos.*
*Deve ser de todos e para todos.*

 

menino da vida e do sonho

Eu sou um menino do ar do ventoMenino da vida e sonho_imagem (3).jpg
navegando nas asas do pensamento
embalado pelo sopro brando do vento
aos píncaros da alegria e do sofrimento
em vagas de dor e de contentamento.

Eu sou um menino da vaga e da espuma
deste mar onde navego e se esfuma
toda a esperança alojada em escuma
fugaz efémera volátil leveza de pluma
como sopro alado de quem “suruma”.

Eu sou um menino do pó e do caminho
que vai andando deambulando sozinho
e tropeçando nas veredas em desalinho
procura incessante as origens do ninho
que dê nome valor e algum pergaminho.

Eu sou um menino da maresia e do sal
espantado pelo profícuo povo que tal
gente determinou ser única e original
ao ponto de a partir da pia batismal
nome tomar por seu a bravura matricial

Eu sou um menino das dunas e da areia
bebeu água de poços dos quintais da aldeia
e já navegava na ideia de na maré cheia
nas vagas do mar encontrar a sereia
sua eterna onírica e plebeia Dulcineia.

Eu sou um menino do rio e do mar
qual gigante navegou mares de Zanzibar.
de aqui ali e acolá em eterno vaguear
sulcou oceanos não sabendo sequer sonhar
um dia no atlântico norte e frio naufragar.

Eu sou um menino da vida e do sonho.
                                                           suponho
                                                           risonho
                                                           tristonho
                                                           Medronho.


João Pita
2020-08-23

Reflexão II

Tempos velhos, tempos novos.


Em 17 de Abril, escrevi isto:
"João Pita
17 de Abril às 18:11 ·
"Agora, com o terceiro período do Estado de Emergência aprovado e no seu enquadramento não ter sido proibido (e bem) o direito de manifestação no 1º de Maio, dia do trabalhador, que magnífica manifestação de LIBERDADE seria os trabalhadores decidirem NÃO se manifestarem publicamente em ajuntamentos desnecessários e despropositados.
Honraria o supremo legado de liberdade e responsabilidade democrática que foi conseguido no dia - "generoso e justo" - 25 de Abril de 1974 e que vai ser devidamente relembrado e comemorado na casa da democracia já daqui a oito dias.
E honraria também o supremo sacrifício de todos aqueles que, no pleno exercício do seu trabalho, correm riscos salvando outros e garantindo a todos as necessárias condições de segurança e saúde.
Honraria, ainda, a liberdade individual de assumir que a liberdade democrática coletiva é um valor maior e pelo qual todos os verdadeiros democratas pugnam."

Hoje, dois dias depois das comemorações do 1º de Maio, dia do trabalhador, sinto muito, tenho pena, mas não posso deixar de afirmar que a CGTP não soube entender o momento por que passamos enquanto povo, nem entender o elevadíssimo papel que os trabalhadores protagonizam na nação em geral mas, neste momento em particular.
E, dito isto, o meu pensamento vai para os médicos, enfermeiros, maqueiros, administrativos, pessoal da limpeza e higienização, nos hospitais. Bombeiros, policias, seguranças, proteção civil, professores, pessoal camarário, pessoal das juntas de freguesia, pessoal tratador do lixo e da segregação de resíduos, trabalhadores da indústria, construção civil, comerciantes, nas ruas e no seio de nós privilegiados por não estarmos infetados, nas famílias e tratando daqueles que nem família têm e nas ruas têm o seu confinamento.
Todos, sendo trabalhadores, assumiram o seu papel, apesar da incerteza e dos seus medos que só a cada um cabe medir o tamanho e intensidade.
A CGTP, este ano, nestas condições, não soube entender o legado daqueles que em 1884 e depois em 1886 lutaram - e se lutaram - por, dito de forma simples e resumida, uma jornada de trabalho de oito horas.
Naquele tempo houve trabalhadores mortos, outros condenados à forca de imediato sem provas, outros cometeram suicídio na prisão e, ainda, outros foram enforcados já decorria o ano de 1887. (aqui está o motivo pelo qual o termo, Black Friday, tão usado atualmente e por motivos puramente de alienação comercial me mete nojo!
Por tudo isto considero que a CGTP não soube atuar com elevação e sabedoria e escolheu comemorar o dia do trabalhador de forma vulgar.
Ok, cumpriram as regras?, tentaram cumprir as regras, mas não souberam entender os tempos nem a magnitude dos sinais.
Foram vulgares, legal e simplesmente vulgares.
Foi pena, os trabalhadores mereciam mais!

Reflexão

Tempos novos … tempos velhos

Fiz um comentário numa página de um amigo que, acho, deve ser publicado aqui.
Zé, amigo, tu sabes o que penso em relação a este tipo. Há já muito tempo que existe uma pequeníssima parte da população que quer mudar isto tudo. Eles estão apostados em mostrar que este regime democrático, pluralista e contributivo é um erro e que é preciso mudar.
Quem são eles?
1 -Eles são pequenos extratos da sociedade que inclui pequenos e grandes empresários sem escrúpulos para os quais o cumprimento de regras e leis é um empecilho aos seus intentos.
2 - Eles são, alguns poucos, antigos retornados ressabiados que nunca perdoaram a perda das mordomias e poder absoluto, sobre as coisas e as vidas, que tinham nas antigas colonias.
3 - Eles são algumas, pouquíssimas, das antigas fidalguias e de "casta superior" que se sentem mal com esta coisa de sermos todos iguais.
4 - Eles são os, pouquíssimos, descendentes de algum tipo de poder, ortodoxos do sentido de pátria, racistas, xenófobos e afins.
5 - E, ainda, alguns ex-todos poderosos que, por ínvia ação. foram condenados e escorraçados e esperam desesperadamente demonstrar que a vingança se serve fria, muito fria.
Ao longo dos tempo esta maltosa (são pouquíssimos, mas não penses que lhes faltam meios) foi-se organizando , mais ou menos anonima e sub-repticiamente foram moldando, em termos de mentalidade, um "exército".
Quem é esse exército?
Alguns elementos mais radicais e extremistas que pululam onde?
Em algumas franjas das forças armadas, das forças policiais, forças de intervenção, em alguns ginásios que cultivam esta mentalidade, algum tipo de agentes de segurança privada, algum tipo de motards mais radicais, no seio de algumas claques desportivas e, também, no seio de alguma politica mais frustrada de extrema direita que, desanimada, procura novos protagonismos.
Do que é que eles necessitavam para corporizar esta ideia em formato politico?
Simples, um líder!
Um líder facilmente manipulável que tivesse palco, de verbo desbocado, ressabiado e de personalidade exaltada e compulsiva. Ora, chegados aqui, eles sentem estar neste patamar: Têm "família" propositora, têm "exército", sentem ter já alguma simpatia em meios de comunicação necrófaga e de terra queimada e têm, ou julgam ter, um líder, se bem que, ainda, com pequena representatividade.
Chegados a este ponto do que é que precisam mais?
Simples, Zé!
De ti, de mim e de todos nós que, tristes com alguma coisa menos boa que esta democracia comete, lhes vamos dando ouvidos.
Eles vão armar-se em mártires sempre que os atacarem, eles vão usar pequenos acontecimentos ampliando-os e exultando a necessidade de mudança. Eles vão usar tudo o que de bom se disser e, também o que de menos bom se disser. Tudo lhes vai servir de argumento para os seus desígnios, que são - NUNCA TE ESQUEÇAS - acabar com o que temos, A DEMOCRACIA PLURALISTA E CONTRIBUTIVA (onde a mentalidade deles não cabe) e transformá-la em um novo sistema de elite e de linhagem de ordem e de casta, racista, xenófobo, corporativista não democrático e não contributivo.
E como o vão fazer?
Simples, Zé!
Vão usar, melhor dizendo, já usam preferencialmente as REDES SOCIAIS, onde sabem não haver escrutínio nem contraditório, para seduzir e captar a tua, a minha, a nossa simpatia para a sua causa.
E que meios usam, Zé?
Vão usar as fake news sobre eles, que eles próprios fabricam, para que da discussão saiam sempre como mártires, sempre a ser atacados só por dizerem as "suas verdades". Vão inventar, manipular, distorcer e repetir, repetir á exaustão qualquer erro que aconteça, para surgirem como salvadores da pátria.
Sabes como podem ser derrotados?
É simples, Zé!
NÃO LHES PASSAR CARTÃO NENHUM, não lhes dar espaço nem protagonismo. IGNORAR tudo o que mencionar andré ventura e apaniguados, seja aqui, ali, ou além, em nenhum espaço e em momento algum devemos dar-lhe protagonismo.
Olha, cá por mim, já me vou vendo a bloquear alguém deste tipo, que me peça amizade, ou alguma página de promoção e propaganda que, por aqui vão aparecendo como por artes mágicas e parecendo espécies invasoras.
...
Em plena pandemia, com todos os meios da nação portuguesa unidos, convocados e em prontidão, com sentido de sacrifício para minimizar o sofrimento das pessoas, a única forma que este ignóbil, que não faz nada, arranjou foi criticar em plena Assembleia da República o povo português e anunciar o extermínio da 3ª República.
Foi nojento!
Abraço e, estando atento, sempre atento, foi a última vez que falei sobre este tema.

I Will Be There

Katie Melua

Katie performs 'I Will Be There', the first single from her new album 'Ketevan

Orchestra: Docklands Sinfonia Conductor: Mike Batt Words/Music/Arr: Mike Batt Produced by Mike and Luke Batt Video directed and edited by Michael Dunne for Dramatico Entertainment Ltd

Ela é como a senhora ao cimo da estrada
Ou apenas a mulher ao fundo da rua.
Como qualquer mãe que conheças
Para mim, foi ela que planeou
Levar-nos todos ao país das Maravilhas.
Ela sempre quis que a gente fosse
E ela disse:
Nunca estarás sozinho
Lembra-te, eu sempre me importarei
Onde quer que estejas
Lembra-te, eu estarei lá
E como a outra senhora que conhecemos
Ela tem um sorriso tão brilhante e doce
E cabelos brancos como neve
Embora a vida nunca seja fácil no dia a dia
Ela tem um jeito muito especial
Para nos fazer sorrir quando estamos em baixo
E ela disse:
Nunca estarás sozinho
Lembra-te, eu sempre me importarei
Onde quer que estejas
Lembra-te, eu estarei lá
Nunca estarás sozinho
Lembra-te, eu estarei lá
eu estarei lá
eu estarei lá

Água - Pedro Barroso

 

Pus-me à noite a ouvir o mar
sentado na pedra sentado na areia
e senti uma barcarola criar devagar
esta melodia
tinha a crista e vaga desta vaga história
d'arte marinheira
luzia na prata mais rica,
mais rica mais rica que havia
e aquele pensamento d'ir e voltar sempre
que há na maresia
fez subir da água, dessa água toda, cem mil caravelas
era mais que o mar mais que a vida toda
quem ali fervia
e foi muito mais que um homem com guitarra
quem soltou as velas
tive ali a consciência
tinha ali a história toda
tinha ali um povo antigo
a cantar comigo uma canção de roda

Mergulhei da praia nessa história grande
de alma derramada
falei com mareantes e conquistadores
gente aventureira
crepitei nas ondas marés de ida e volta
partida e chegada
cortei fundo a crista do gume das vagas
duma vida inteira
mas daquele mar fundo fundo mar que lá fica sempre
trago só lembranças e um saco de tempo
s'é que o tempo presta
quem disser que o viu que o compreendeu
ou se esquece ou mente
pois no fundo hoje a raiva que ficou
é tudo o que nos resta

Tive ali a consciência
tive ali a história toda
tive ali um povo antigo
a cantar comigo uma canção de roda

 

Pedro Barroso

 

 

Czardas

Sublime

HAUSER & Caroline Campbell

Hauser e Caroline Campbell interpretando Czardas de Vittorio Monti no concerto de gala "HAUSER & Friends" na Arena Pula, Croácia, agosto de 2018

Ivo Lipanovic, conductor Zagreb Philharmonic Orchestra

Tudo isto se resume ao Amor.

Ter um filho é uma bênção e uma alegria infinita.
Querer ter um filho é querer ser abençoado pela felicidade de dar vida a um novo ser humano que nos perpetuará enquanto Humanidade.
Tudo isto se resume ao Amor.
Nesta perspectiva, ter um filho não será somente uma benção, mas também uma obrigação. Um casal que equaciona e planeia ter filhos é uma normalidade na perspectiva da felicidade de si próprio e dos outros que lhe sobreviverão.
Quando circunstâncias fisicas e hormonais não permitem que tal aconteça o casal junta ao amor que os une a dor que os desassossega. Surge então a ciência que pula e avança permitindo, de entre outras coisas, crio preservar sêmen para que possa ser inseminado e, assim, através da procriação medicamente assistida proporcionar a uma mulher, consciente e adulta, a alegria infinita de ser mãe.
Isto a propósito do casal que de forma consciente e expressa entrou neste processo médico tendo, inclusivamente, o marido crio preservado o seu sêmen.
Quis o destino déspota e cruel em forma de cancro os separasse e não tivessem tido tempo para ter a alegria infinita de ter um filho.
Quer agora a viúva manter e continuar o projecto a dois e ser inseminada com o material genético do marido falecido.
Eis que os velhos "conceitos de vida e família", alicerçados em normas, venham a terreiro proclamar alto e bom som que tal não é possível.
Arrogam-se no Direito a torto e a direito o entendimento do vivo e do morto não percebendo que, assim, negam a esta mulher - melhor dizendo - a este casal a bênção e a alegria infinita de ter um filho.
Não percebem que para além das normas e regras instituídas
tudo isto se resume ao Amor.

Vamos falar de politica.

Como podem reparar ao ler o titulo deste post subentende-se a utilização do pronome pessoal na primeira pessoa do plural e não, intencionalmente, no singular, porque todos entendem que a politica a sério e séria é sempre de todos e para todos e não só de alguns ou de algum em particular.
Se não for séria nem a sério ela, a politica, tende a ser rasteira e parcial com utilização intensiva de mandantes e serviçais, visando sempre algum interesse de ocasião que tanto pode ser de milhões como de tostões, ou, ainda, de triste figura onde os protagonistas quase sempre são truões.
E é de truões que se fala quando constatamos a filiação intencional e oportunística num qualquer partido apressando-se a cair nas graças do Sr. Dr., ou  Sra. Dra. para conseguir o tal murozito ou, a alteraçãozita das regras, aqui ou ali, para comodidade e interesse do próprio e desassossego da vizinhança. E é, também, de truão quando verificamos a criação de um blogue cujo primeiro e único objectivo é denegrir a imagem de outrem servindo, assim, em bandeja de blogueiro rasca e esvaziado de cultura cívica, a paz politica do poder instalado. Mas, é também de truães,  quiçá compelidos por invejices de vária ordem, a intempestiva menorização de um prémio Leya e a importância que o mesmo tem.

Deixando de lado este tipo de política vamos então falar da outra, a verdadeira a que deveria ser a única prevalecente. A que estuda, pondera, equaciona e trata da sociedade nas suas múltiplas vertentes.
Aquela que tem o Homem como alvo primordial, a sua dignidade e bem estar como objetivo primeiro e onde a educação, a saúde, o trabalho e a vivência social harmoniosa devem ter lugar de destaque.

E a propósito destes temas deixo-vos em companhia de um texto de uma professora que para além do exercicio da sua profissão se prepocupa com a política ... ou a falta dela.

"Violência (nas escolas)
vamos imaginar que os pais têm de trabalhar 8 horas por dia para ganhar o ordenado mínimo nacional ou pouco mais do que isso. vamos imaginar, que na melhor das hipóteses, os pais perdem cerca de 1 hora de viagem em transportes públicos, confortáveis e com lugares para todos, ou no seu próprio carro para chegar ao trabalho e depois chegar a casa. vamos imaginar que estes pais têm chefes/patrões que lhes pagam tarde e a más horas e ainda apelam ao seu bom senso, afinal é feio cuspir no prato onde se dá de comer e se reivindicam pelos seus direitos, os mandam enfiá-los onde quiserem. vamos só imaginar que há patrões/chefes que tratam os seus empregados como robots sem sentimentos que têm de produzir, produzir, produzir, todos os dias, fins- de semana, 24 horas sobre 24 horas, ininterruptamente. vamos só imaginar. vamos imaginar que os filhos destes pais estão diariamente à sua mercê ou porque já não têm avós que os cuidem ou porque os avós vivem longe ou porque já estão eles a precisar de cuidados ou porque os pais não têm dinheiro que pague mais uma despesa mensal, um ATL, uma sala de “estudos”, os filhos ficam à sua mercê. Vamos imaginar que estes filhos às vezes adormecem e faltam aos primeiros tempos da manhã porque até se deitaram tarde a jogar às escondidas, com a porta do quarto fechada, aquele jogo virtual onde, ainda assim, há alguém com quem se possa “estar”, eventualmente “conversar”. há alguém. há alguém acordado, porque os pais que acordam às 5 para saírem às 6, já dormem. vamos só imaginar. vamos imaginar que estes filhos diariamente fazem o que lhes apetece, comem o que lhes apetece, estão com quem lhes apetece, sabendo, porém, que em frente às escolas há sempre gente que se aproveita destas e de outras fragilidades e que ilude. há notas de euros em abundância, há a boa disposição que se compra e vende e “é na boa”. vamos só imaginar. vamos imaginar que os pais chegam a casa exaustos, sem paciência, na melhor das hipóteses sai um “correu bem o dia?” cuja resposta monocórdica é sempre “sim”, “o que é que almoçaste?”, “estava uma porcaria, carne com massa ou arroz com atum”, “comeste a sopa?”, “sim” e “lanchaste?”, “sim”. falta “com quem estiveste? o que é que aprendeste hoje?”, ou simplesmente “estás bem, filho(a)?” olhos nos olhos e um sorriso nos lábios. vamos só imaginar. vamos imaginar que ao chegar a casa, há o jantar para fazer, com o qual também se prepara a marmita para o dia seguinte, há roupa para estender, lavar ou passar, há a cozinha para limpar, ainda há uns relatórios para fazer ou ler, ainda há uns e-mails para responder porque há a hipótese de progressão na carreira ou quem sabe de um aumento salarial. vamos imaginar que os filhos que andaram por aí, estão por aí na sua própria casa e depois do jantar, na melhor das hipóteses, a família até se fecha em silêncio em telemóveis, tablets, computadores, “I” isto, “I” aquilo. vamos imaginar que na pior das hipóteses, depois do jantar, há as discussões constantes, os gritos pai-mãe, mãe-pai, pais-filhos, filhos-pais, filhos-cão-gato-amigos-escola. ESCOLA. vamos só imaginar. há os pais que sabem que isto é errado e repreendem mas ao repreender o ambiente pesa, todos sabemos o que é contrariar um adolescente e isto cansa, educar cansa e os pais deixam estar, afinal também têm o que fazer e assim os filhos estão entretidos. educar cansa, é mais um cansaço, é mais uma tarefa. vamos só imaginar. vamos imaginar que no fim do mês, depois de pagarem todas as contas, os pais que conseguem, compram aos seus filhos as sapatilhas da moda ou outra coisa qualquer de marca “que toda a gente tem”, toda a gente sabe que é muito mais fácil ser igual a toda a gente. os pais conscientes sabem que erram, sabem que não é a compensar com bens materiais que se educa um filho, mas cedem porque se sentem mal, porque se sentem culpados, porque não querem que os seus filhos estejam abaixo de ninguém a sofrer o preconceito na pele. os pais inconscientes nem sequer pensam nos filhos, nem sequer sabem nada, se a escola correu bem, se precisam de alguma coisa como um abraço, portanto não percamos tempo a falar desses, já se sabe o impacto nocivo que têm na vida dos seus filhos. vamos só imaginar que há alienação parental. vamos só imaginar. vamos imaginar que a violência nas escolas se deve a tudo isto e por isso, quando na televisão se tenta falar de violência nas escolas, não se fala realmente de violência, porque violentos são os dias e sobre isso ninguém quer falar. vamos imaginar. vamos só imaginar que temos um problema social gigante nas mãos e todos vivemos tão roboticamente os dias que nos negamos a falar dele."

Eunice Pimentel

 

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João Pita

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