Negrume de fogo
Negrume de fogo
Pairam vampiros negros, alados
Rolam negrumes de cinza em desnorte.
Línguas, labaredas, troncos tisnados.
Chiam arrepiantes leteias serpentes
Escarnindo uivos de anunciada morte.
Preces de angústia, impotente agonia.
Do limbo negro do telúrico inferno
Tisnados emergem, arrastando o caminhar
Anjos da paz de vermelho e negro vestidos.
Ombros caídos, ansioso e lívido olhar
Lágrimas secas cavam nas rugas leito,
Arfando angústia em dorido peito.
… pó da terra.
País sem norte!
Globalização de fogo ávido de ter
Devora queima, assa, mata e torra.
Monstro acéfalo e disforme.
Utopia, precisa-se!!!
Volte o verde, azul e fresco
Volte o Homem e a Natureza
(Outubro negro, 2017)
JPita