Eu vou até ao fim do mundo
Do mar emergem as raízes deste povo
E dele se eleva a sua história.
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Do mar emergem as raízes deste povo
E dele se eleva a sua história.
... continuação
continua ...
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Documentário televisivo da viagem do arrastão bacalhoeiro, Sao Ruy, para uma das últimas campanhas de pesca do bacalhau.
Partida do Ginjal, às 17 horas de 19 de Junho de 1981, com destino à Terra Nova
Continua ...
Carregue em PLAY e ouça, lendo ...
Tanto mar, tanto ar, tanto medo
Tanto frio, tanto nada, tanto gelo!
O que é que faço aqui?
Neste norte branco, neste vento.
Neste mundo, branca névoa.
Nesta bruma,
Nesta escuna
Neste bote, neste dóri.
Madeiro leve e lasso.
Nestas ondas deste mar
Do norte frio e de morte.
O que é que eu faço,
Que é que eu faço?
Quero fugir!
Fugir da ditadura
Da surriada, do trole, bacalhau
Da isca, da linha, zagaia e pingalim.
Este gelo corta como aço
Que tanto tortura, tanto dura.
O que é que eu faço,
Que é que eu faço?
A tanto mar, tanto ar, tanto medo
Tanto frio, tanto nada, tanto gelo!
O que é que faço aqui?
Neste norte branco, neste vento.
Neste mundo, branca névoa
Nesta bruma,
Nesta escuna
Neste bote, neste dóri
Madeiro, leve e lasso.
Nestas ondas deste mar
Do norte frio e de morte.
O que é que eu faço,
Que é que eu faço?
08.09.05
João Pita
Depois de um "picanço" galgando a ladeira, espremendo a segunda e a terceira e, também, a adrenalina a 7500 rpm..
Subida a viseira ... ei-la, magnifica!
E porque hoje são 27.
E é um dia especial.
E porque, neste momento, me apetece ofertar esta música.
A alguém, que desconhece que lhe dedico este momento.
Mas, se hoje esse alguém a escutar ... saberá que lhe é oferecida.
E isso é o que importa!
Mudámos o visual deste espaço.
Usamos a imagem do que, de mais querido,
as pessoas nos permitiram recolher.
Uma imagem identitária de uma vida de trabalho
Entrelaçada em cordas, cabos, nós e laçadas.
Lançadas à vida entre o céu e o mar, suor e sal.
Ah, ... esse velho marinheiro.
Numa mão, retenido, o lais de guia,
A outra acenando...
A ti amigo, camarada, companheiro
Para onde vais?
Ao Te Adelino!
ainda aqui havemos de voltar.
O som do rio revolto ecoa no vulto negro das pedras do molhe recortado pelo branco da espuma da rebentação na barra.
O bater das águas na madeira frágil do bote não deixa ouvir o chapinhar dos remos.
Faz questão de mostrar quem manda, o Mondego, e faz-se ouvir, zangado, na noite fria de inverno.
Vulto erecto de oleado vestido segurando a rede, cabelos brancos de amarguras vividas ondulando ao vento. Por entre a chuva fustigada pelo vento vislumbra-se a silhueta do velho pescador do rio, em pé, no bote.
A gélida chuva escorre e serpenteia pelos sulcos das rugas que no seu rosto louvam a força que à má fortuna não cede.
Só a mão forte e calejada se finca num lamento, denunciando um desalento íntimo pleno de amarguras.
Seu companheiro não vê a lágrima furtiva que se mistura com a chuva, no seu rosto.
Com os olhos fixos na rede relembra, qual filme, todo o percurso dos seus anos.
Relembra o pavor do desconhecido quando, ainda menino e pela mão de seu pai, embarcou pró bacalhau.
A dor intensa do gelo da Gronelândia, qual punhal de vidro e aço, que lhe trespassava as mãos ao manejar o "trote", o "pucheiro", a faca, o "trole", a zagaia, o pingalim ou a isca, não foi nada comparada com a vaidade de ser "o primeira linha" ou o melhor escalador.
Relembra a meninice dos filhos. A angústia de, às vezes, os ter ouvido chorar com fome. A ansiedade de só ter conhecido o mais velho já quase com meio ano de idade.
O medo atroz que o fez rogar a Deus implorando que os tornasse a beijar, quando em pleno Atlântico naufragou e, alucinado de sede, os via junto a si dando-lhe forças para não desistir.
As saudades que deles sentiu, quando para a América fugiu. Já não os conhecia quando os viu.
Sua mulher, já velha, soube-lhe a fresca, a nova quando passados anos de separação a tomou. Foi como reviver a fogosidade dos anos da juventude longínqua.
Enterrou bem fundo dentro de si todos os temores da infidelidade traiçoeira que a separação favorece, mas o amor puro não consente.
Ah... Pescador ...
Ainda menino, pró bacalhau embarcaste
Já homem, pela América, fugido, andaste
E no Atlântico um dia naufragaste.
Fortuna, prós teus, sempre procuraste
Riqueza nunca encontraste.
Os teus, jamais esqueceste e sempre amaste
Os amigos, nunca olvidaste
Só de ti pescador, nunca te lembraste.
O rio, negro, furioso, altivo como que a expulsar-te.
O teu rosto sereno e forte todo o teu mundo retractando.
Meu Deus... Que contraste!
Carregue no PLAY e ouça ... lendo.
Eu quero amar o mar
Eu quero andar no mar
O meu destino é dele
É dele a minha sorte
Iço as velas ao vento
O leme agarro firme
Navego à luz, ao vento
À noite e ao relento.
Cruzei os oceanos
Leste a oeste, norte a sul.
Fui a ilhas no Pacifico
Continentes mais a sul.
E no Atlântico naufraguei
No Atlântico naufraguei….
Eu quero andar no mar
Enquanto brilhar luz em mim
Cor em meus olhos do poente.
Enquanto por cá andar
Eu quero andar no mar.
E quando já não puder
Descobrir seus segredos
Vou contar-lhe os meus medos.
No rosto sinto a aragem
Surriada da maresia
O sal que me corre nas veias
Deu-mo o mar quando nascia.
Guio às estrelas sextante
Nas ondas sulco o rumo
Horizonte do sonho
Saudade de amor distante
Eu quero amar o mar
Eu quero andar no mar
O meu destino é dele
É dele a minha morte.
E no Atlântico naufraguei
No Atlântico naufraguei….
algures em 2006
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